Mostrar mensagens com a etiqueta inovação. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta inovação. Mostrar todas as mensagens

quinta-feira, 14 de dezembro de 2023

Referencial para a Inovação Pedagógica nas Escolas

No âmbito do presente referencial, a inovação pedagógica é definida como um processo fundamentado, situado e intencional de conceção, desenvolvimento e avaliação de mudanças nas práticas educativas, focando-as nos educandos e na aprendizagem, e orientando-as para a construção de uma educação e de uma sociedade (cada vez mais) humanistas e democráticas. 

A inovação não é um fim em si mesma, mas antes um processo que visa ampliar uma educação de natureza transformadora e que pode assumir múltiplas configurações quanto ao seu objeto, às suas finalidades e formas de operacionalização, cabendo às escolas definir prioridades e processos de mudança. Os efeitos e a sustentabilidade da inovação dependem, em grande medida, da sua amplitude, mas todas as iniciativas de inovação são potencialmente meritórias, quer sejam desenvolvidas em disciplinas específicas ou numa abordagem de articulação curricular, de forma individual ou colaborativa, integradas ou não em projetos mais vastos. Todas requerem uma perspetiva contextualizada – articulando-se com as circunstâncias em decorrem, os projetos educativos das escolas e as políticas educativas (trans)nacionais–, uma orientação prospetiva, implicando um movimento de rutura maior ou menor face a conceções e práticas anteriores, e uma estratégia avaliativa que possibilite compreender os seus efeitos, limitações e implicações. 

O referencial apresentado centra-se na pedagogia escolar e dirige-se às escolas enquanto organizações aprendentes, em particular aos educadores que nelas trabalham, sendo os educandos os principais beneficiários dos processos de mudança. Embora se articule com outras esferas, das políticas educativas e orientações curriculares à gestão das escolas e à formação dos educadores, esse não é o seu foco principal, tal como não é sua intenção discutir normativos legais particulares ou propor práticas de inovação específicas. O que se pretende é promover uma reflexão crítica sobre a educação e a inovação pedagógica nos contextos escolares, que sustente o desenvolvimento e a análise de iniciativas de inovação. Assim, o referencial tem duas finalidades: 

  • Definir um quadro de referência para uma compreensão ampla da inovação pedagógica, tendo em consideração três dimensões: o seu sentido social, a sua orientação local e sistémica, e a sua orientação para os educandos e a aprendizagem; 
  •  Propor, a partir desse quadro de referência, um guião de apoio ao desenho e à análise de iniciativas de inovação pedagógica, podendo estas assumir configurações diversas.

segunda-feira, 11 de dezembro de 2023

Recomendação do CNE sobre a inovação pedagógica nas escolas

Publicada hoje no Diário da República a Recomendação do Conselho Nacional de Educação sobre a a inovação pedagógica nas escolas.


Documento Original no site do CNE

quinta-feira, 7 de dezembro de 2023

Recomendação do CNE “Inovação Pedagógica nas Escolas”

O Conselho Nacional de Educação aprovou a recomendação A Inovação Pedagógica nas Escolas.

Na sequência da construção do Referencial para a Inovação Pedagógica nas Escolas, no âmbito dos trabalhos da sua 2ª Comissão Especializada Permanente (CEP), o CNE produziu a recomendação A Inovação Pedagógica nas Escolas. As recomendações apresentadas dirigem-se a quatro níveis de intervenção: políticas educativas, de culturas escolares, práticas de ensino, aprendizagem e avaliação e desenvolvimento profissional dos educadores. Abrangem as três dimensões da educação e da inovação pedagógica consideradas no referencial: Sentido social, Orientação local e sistémica e Focalização no educando e na aprendizagem.

Embora a inovação possa assumir diversas configurações, a sua finalidade central é melhorar a qualidade da vida nas escolas e o sucesso educativo dos educandos, supondo a existência de profissionais informados, reflexivos e capazes de promover a mudança.

domingo, 16 de outubro de 2022

Guia para enfrentar a transformação digital das Escolas

Com este post da página Escuela21 (apesar de ser em língua castelhana), estão convidados a fazer uma viagem imaginativa e vislumbrar como uma possível e inovadora transformação digital pode acontecer nas nossas escolas.

"Analisamos os referenciais da competência digital vigente, os atores envolvidos no processo e damos sete ideias para embarcar no caminho da transformação.

A transformação digital vai muito além de uma mudança de formato (do analógico para o digital), implica colocar o potencial das tecnologias ao serviço dos nossos alunos, permitindo uma aprendizagem significativa condizente com a sua realidade através do desenho de processos inclusivos e personalizáveis."

domingo, 26 de dezembro de 2021

quarta-feira, 22 de dezembro de 2021

Segundo relatório do Projeto MAIA

Para quem tiver tempo e paciência, após a conclusão dos processos hiper burocráticos da avaliação pedagógica desenvolvidos em muitas escolas do nosso país, enquadrado no processo de Autonomia e Flexibilidade Curricular e que, de acordo com os responsáveis, materializa uma política que visa contribuir para melhorar as práticas de avaliação pedagógica e de ensino e, assim, melhorar as aprendizagens de todos os alunos, por forma a suscitar a discussão sobre uma diversidade de questões relacionadas com o domínio do conhecimento e da avaliação pedagógica, aqui fica o segundo relatório do Projeto MAIA em versão online. 

Para Uma Avaliação Pedagógica: Dinâmicas e Processos de Formação no Projeto MAIA (2020-2021).

sexta-feira, 17 de dezembro de 2021

Termos e condições para implementar uma gestão superior a 25 % das matrizes curriculares-base

Publicada hoje a Portaria do Ministério da Educação que procede à primeira alteração à Portaria n.º 181/2019, de 11 de junho, que define os termos e as condições em que as escolas, no âmbito da autonomia e flexibilidade curricular, podem implementar uma gestão superior a 25 % das matrizes curriculares-base das ofertas educativas e formativas dos ensinos básico e secundário, com vista ao desenvolvimento de planos de inovação. 

Portaria n.º 306/2021

domingo, 4 de julho de 2021

Conferência digital INconference - 15 e 16 de julho

A INCONFERENCE, a decorrer nos dias 15 e 16 de julho, integralmente online e GRATUITA, tem como inspiração o vocábulo IN (I am in… we are all in), de inclusão, intervenção, inovação, internacionalização, investigação, interface, informação e individualidade.

Com a presença de mais de duas dezenas de oradores e convidados, este evento pretende contribuir para o desenvolvimento da humanidade, tendo por referente o conceito de sociedade inclusiva, lançado pela ONU em 1981, e conhecer o papel das organizações governamentais e não governamentais, das escolas e das empresas na operacionalização de políticas de solidariedade, cooperação e justiça.

Ligue-se a nós, esteja presente, sinta-se IN! ARE YOU IN? …YOU ARE IN…

Para assistir a esta conferência, que decorre integralmente online, faça a sua inscrição em: https://inconference.in-school.eu/

terça-feira, 9 de março de 2021

Partilhas de práticas inovadoras de ensino e aprendizagem

Com o objetivo de divulgar práticas inovadoras de ensino e de aprendizagem, desenvolvidas no âmbito de projetos apoiados pela ERTE/DGE, a iniciativa “Partilhas à Quarta” divulga a quarta sessão, que se realiza já no dia 10 de março de 2021, quarta-feira, pelas 21:00 horas

Nesta sessão, decorrem duas partilhas:

- a apresentação da iniciativa eSafety Label (Selo de Segurança Digital) pelo gestor de projeto em Portugal, Luís Ferreira, seguida da intervenção de dois professores, Jani Miguel e Vítor de Oliveira, do Agrupamento de Escolas de Santo André, Barreiro, que divulgarão o trabalho desenvolvido, no âmbito do Selo de Segurança Digital . 

- a apresentação de uma prática pedagógica, desenvolvida no âmbito da iniciativa Laboratórios de Aprendizagem. O professor António Quaresma, do Agrupamento de Escolas de Póvoa de Santa Iria, Vila Franca de Xira, partilhará o trabalho desenvolvido com alunos do ensino secundário, na disciplina de Educação Física. 

Após a apresentação, os participantes terão a oportunidade de colocar questões aos dinamizadores de cada uma das partilhas. 

Para participar nesta sessão, basta aceder ao link da videoconferência, disponível na página das “Partilhas à Quarta”, no endereço https://erte.dge.mec.pt/partilhas-quarta-20202021-sessoes

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2021

Inovar de onde estiver - um guia de atividades para a aprendizagem a distância

A Google For Education e os autores Daiane Grassi e Eduardo Isaia Filho lançaram este guia com 15 atividades para a aprendizagem a distância com a utilização de ferramentas Google.

Inovar de onde estiver - um guia de atividades para a aprendizagem a distância, foi criado com o objetivo de ajudar pais e educadores neste período de Volta às Aulas. São possibilidades de atividades que podem ser realizadas com alunos da educação infantil ao ensino superior, tanto na modalidade presencial, híbrida e/ou remota.

Inovar de onde estiver

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2021

A integração da tecnologia na Educação

Urge construir um novo conceito de escola, uma escola que privilegie metodologias ativas e abordagens pedagógicas que coloquem os alunos no “comando” da sua aprendizagem.

A escola não pode ignorar esta evolução e a integração da tecnologia na educação é indispensável para que os nossos alunos, que se encontram em processo de educação e formação, conheçam e dominem as diferentes abordagens e potencialidades que a tecnologia vem proporcionando à vida económica, social e cultural, constituindo-se, além disso, numa mais-valia para a aquisição de conhecimentos e competências importantes — que os qualificam e lhes permitirão enfrentar com vantagem, ao longo da vida, os desafios de uma sociedade que acelera na era digital como nunca.

... a integração da tecnologia na educação é claramente um meio que permite uma melhoria ao nível da qualidade das aprendizagens dos alunos, tornando-os mais autónomos e comprometidos na construção do seu próprio saber. Isto num processo educativo muito mais enriquecedor, personalizado e criativo e que lhes possa conferir competências para os desafios futuros de uma sociedade que é cada vez mais digital e baseada na utilização da tecnologia.

Artigo completo no Observador

terça-feira, 26 de janeiro de 2021

Para refletir!

Escolas fechadas. E agora, o que fazer?

Aproveitemos esta pausa para reflectir, melhorar o ensino a distância, reduzir os programas e melhorar as actividades curriculares e extracurriculares. É essencial a formação de professores, a médio prazo, e igualmente a renovação da classe docente.
... 
Por isso, sugerimos:
  1. Reavaliar os programas, diminuindo a quantidade de conteúdos para se apostar na qualidade das aprendizagens;
  2. Repensar as práticas pedagógicas, abandonando as aulas expositivas e metodologias passivas, recorrendo a práticas mais activas e que requeiram mais a participação e acção dos alunos, ajudando-os a desenvolver a sua autonomia na construção do seu saber, com actividades e formas de trabalho diversificadas; educar para a autonomia, dando os objectivos e orientando a pesquisa.
  3. Repensar as actividades curriculares e extracurriculares propostas aos alunos, apostando em actividades mais práticas e mais úteis para a vida (por exemplo, incentivar a realização de outro tipo de trabalhos de casa, tais como: construir hortas biológicas, prestar serviços à comunidade, ajudar os pais, entre outros);
  4. Reconsiderar os recursos educativos utilizados, indo mais ao encontro de recursos que trazem maior motivação às novas gerações, com a utilização e com a efectiva integração nas aulas das novas tecnologias, ajudando os alunos a lidar, como terão de fazer na sua vida adulta, com as vantagens e desvantagens do seu uso;
  5. Repensar as práticas avaliativas, tornando efectivamente a avaliação formativa, mais reflexiva, mais contínua e mais ao serviço da aprendizagem, regulando e melhorando o processo de ensino e de aprendizagem, e não como sendo externa a esse processo;
  6. Abandonar a hegemonia do teste como instrumento de avaliação único e rigoroso, quando sabemos que este avalia apenas um conjunto muito limitado das competências previstas no “perfil dos alunos à saída da escolaridade obrigatória”, diversificando instrumentos para dar aos estudantes oportunidades verdadeiramente justas de demonstrarem as aprendizagens e as competências desenvolvidas;
  7. Reavaliar a utilidade e as vantagens dos exames nacionais do 9.º ano. Se estes podiam fazer algum sentido quando a escolaridade obrigatória se prolongava apenas até ao final do 3.º ciclo, agora que esta foi alargada até ao final do ensino secundário não trazem nenhum benefício. Pelo contrário, provocam grande pressão em professores e alunos, levando à degradação das práticas lectivas que se concentram na preparação dos alunos para o teste e não na aprendizagem de qualidade, como tem vindo a demonstrar a investigação na área;
  8. Analisar as vantagens de introduzir de forma permanente as alterações introduzidas no ano lectivo anterior nos exames nacionais do ensino secundário que conduziram a melhores resultados, mais próximos das avaliações internas.
Artigo Completo MEGAFONE - Público

segunda-feira, 27 de julho de 2020

A escola é muito mais que o espaço da sala de aula

Escola, espaço de tradição e de inovação
João Ruivo

Poucas instituições incorporam tanto simbolismo se comparadas com a instituição escolar. Aí, no virar de cada esquina, tropeçamos com gestos, linguagens e códigos, que se revelam no modo de pensar sentir e agir dos jovens e dos seus educadores. Quer queiramos ou não, estes rituais do currículo oculto marcam mais as vivências, as representações e as memórias coletivas dos protagonistas do ato educativo, do que qualquer outra influência do currículo formal.

A escola é muito mais que o espaço da sala de aula, e não é invulgar ouvirmos os estudantes afirmar que gostam de ir à escola, mas não gostam tanto de ir às aulas…

Nas escolas produz-se uma relação dialética entre a contribuição dos docentes e dos alunos para a eficácia dessas instituições, e a organização da escola enquanto determinante do desenvolvimento e do eficiente desempenho profissional de uns e dos outros.

Designadamente, o trabalho do professor desenvolve-se em espaços que dão sentido e ajudam a organizar o seu mundo conceptual, que possibilitam essa transferência conceptual para a prática educativa, e o enquadram dentro de um grupo profissional, que constitui também uma referência insubstituível para o seu empenhamento na multiplicidade de tarefas inerentes aos processos de ensino.
O principal da atividade docente desenvolve-se dentro das paredes da escola, espaço em que se elaboram complexas redes de controlo, de estruturas hierárquicas de poder, que obrigam à reciprocidade de atitudes e de comportamentos, e que determinam, significativamente, as escolhas e as opções de cada docente quanto às suas práticas educativas.

Por outro lado, a organização formal da escola, constrangida pelas exigências do poder político e da sociedade civil, determina também que, em certa medida, a autonomia (entendida como um primeiro passo para a inovação) se traduza frequentemente numa "realidade virtual", já que se considera como adquirido que o Estado e a sociedade têm o direito e o dever de saber o que se faz (e como se faz) na escola, elaborando para esse fim um indeterminado número de normativas apropriadas ao exercício desse controlo.

Dentro da escola a aquisição de representações de professores e alunos desenvolvem-se, então, entre dois constrangimentos: os que os motivam o desenvolvimento pessoal e profissional, e que provocam a busca de soluções inovadoras; e os que obrigam ao cumprimento de rotinas, mais ou menos burocráticas, e que inibem o despertar para da inovação educativa.

Entre a inovação e a tradição, assim se processa a atuação de docentes e de discentes no quadro das exigências das instituições escolares. Esta estrutura organizacional pode provocar, nomeadamente, que cada professor se concentre no trabalho na sala de aula, com os seus alunos, sem promover qualquer tipo de intercâmbio experimental com os seus colegas, que reproduzem os mesmos comportamentos na sala ao lado.

O sentimento de partilha e de pertença a um grupo, o estabelecimento de mecanismos de colaboração ou, pelo contrário, a sua interdição, são fatores decisivos para incrementar, ou não, o desenvolvimento profissional dos docentes. Sobretudo quando se proporcionam ou se restringem atitudes de autonomia, de participação nas decisões, de partilha das responsabilidades e, finalmente, de gestão participada dos curricula, dos métodos e dos recursos que melhor os possam desenvolver.

Todavia, é consensual que a escola é um dos espaços privilegiados para promover e desenvolver os processos de inovação, para proporcionar a melhoria do desempenho dos professores e alcançar o sucesso escolar e educativo dos alunos.

A adoção, implementação e avaliação de inovações educativas, a adequação dos curricula ao perfil de formação dos alunos e às expectativas da sociedade conduzem, necessariamente, à aceitação de um compromisso institucional entre o Estado, as escolas, os professores, os alunos, as famílias e a comunidade. Este é, talvez, um dos desafios que nenhum de nós terá o direito de recusar.

sexta-feira, 3 de julho de 2020

Ecossistemas Digitais para o Desenvolvimento Humano

Virtual Educa Connect (www.virtualeduca.org/connect) é o maior encontro virtual internacional sobre inovação em educação para a transformação social a nível mundial, que se realizará nos próximos dias 21, 22 e 23 de julho de forma virtual e online

Trata-se do maior encontro virtual internacional sobre inovação em educação para a transformação social. O evento precede ao Congresso Mundial Virtual Educa de novembro de 2020 em Lisboa, e irá tratar dos assuntos mais urgentes derivados dos desafios que a pandemia da COVID-19 colocou à comunidade educativa global. Também serão debatidas as temáticas associadas à implementação tecnológica na educação e na formação, que fomentam o alinhamento com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas, definidos na Agenda 2030.

Virtual Educa Connect celebrar-se-á totalmente online de 21 a 23 de julho de 2020.

A inscrição é gratuita para professores, estudantes e responsáveis estabelecimentos de ensino e redes educativas. Para inscrever-se deve formalizar a sua inscrição online através de: www.virtualeduca.org/connect 

Para mais informação consultar;

Convite Virtual Educa Connect


Folheto informativo

domingo, 7 de junho de 2020

Benurom na pandemia e também no Escolar

Paulo Prudêncio - Correntes 

É recorrente a febre com que se "anuncia a roda" (ou novos paradigmas) no sistema escolar; e talvez daí a intemporalidade do benuron. Mas o que é engraçado, e sem ter graça nenhuma, é que passa o tempo e recuperam-se ideias antigas como se fossem novidades. Parece um percurso circular alimentado por uma indústria que facilita surtos epidémicos. 
Escrevia, algures em 1998, para uma revista sobre educação. Pediram-me que escrevesse sobre reformas. Lembrei-me dos remédios. Fui ler a literatura do “Benuron” - medicamento para todas as dores e para todas as maleitas gripais e constipais -, e que nem por acaso é o medicamento da Covid-19, inspirei-me no folheto e fui andando. Foi uma noite bem passada. 22 anos depois publico de novo ("desafiado" por um comentário de Rui Farpas de Mascarenhas no facebook). É a 3ª vez que o faço em 16 anos de blogue e talvez não seja a última. Quem acompanha o blogue há muito já deve ter lido. Mas se não estiver com muita pressa, leia que talvez se divirta. Confesso que me impressionou a actualidade dos 16 remédios onde até se antecipavam (1998), no remédio propedêutico, os efeitos nos alunos das escolas por internet ou televisão.

A ler no blogue Correntes

sábado, 6 de junho de 2020

Paulo Guinote escreve sobre a Educação adequada aos novos tempos

Que Educação para o século XXI?


Uma “comunidade de aprendizagem” adaptada ao século XXI tem exigências complexas a vários níveis que vão para além das alterações cosméticas das “salas do futuro”.

Um ensino para o século XXI, com recurso às novas tecnologias digitais de um modo que ultrapasse a mera substituição das ferramentas analógicas, avançando para a modificação e redefinição das metodologias tradicionais de ensino e do processo de aprendizagem pelos alunos, é algo muito diverso do que têm sido as práticas de “ensino à distância” dos últimos meses. E não se trata apenas do que nas últimas décadas foi muito apresentado como a necessidade da “construção do conhecimento” pelos alunos, com o papel do professor a ser reduzido ao de “facilitador”, mas sim de avançar para a “partilha do conhecimento” e para a criação de “comunidades de aprendizagem”, em que o essencial passa pela motivação para ir em busca de novos saberes, através de uma rede de interacções, em que o professor tem o papel de preparar um vasto conjunto de materiais e indicações que os alunos devem consultar e aprofundar em ambientes que se deslocam em grande parte para o mundo digital.

Como se distingue isto na prática? Como é que o uso das novas ferramentas passa da fase da substituição para a da modificação? Será que as políticas mais recentes não entraram já neste caminho, com as práticas associadas à “flexibilidade” e “autonomia”? Ou com os princípios enunciados no chamado “Perfil do Aluno”? Nem por isso, se as práticas continuarem a ser réplicas, com esta ou aquela variante, do velho modelo e das velhas concepções. Porque o uso de um quadro interactivo com uma apresentação muito dinâmica numa sala de aula, solicitando uma participação activa dos alunos na sua exploração, ainda está na fase de amplificação ou melhoria dos processos já conhecidos. Melhora-os, adiciona-lhes algumas funcionalidades, não os transforma.

....

O que tem grandes exigências em vários planos, de que identifico apenas os mais evidentes:

Os alunos devem ter gosto pela aquisição do conhecimento, um grau de responsabilidade elevado e hábitos de autodisciplina e autoregulação. E significa que a implementação desta metodologia difere muito com a idade e nível de escolaridade dos alunos.

Os professores devem ter uma formação muito sólida não apenas no recurso às ferramentas digitais, mas de igual modo nas suas áreas de conhecimento, porque só assim poderão assegurar a sua função de orientação, regulação e aferição do trabalho das comunidades de aprendizagem que coordenam.

Quanto aos meios, exige que escolas, alunos e professores tenham acesso permanente a equipamentos e ferramentas num plano de relativa igualdade, para que esteja garantida a equidade de oportunidades. Só depois disso podemos falar numa Educação adequada aos novos tempos.

Artigo completo no Público

E, por falar em conceitos de mudança...

domingo, 1 de março de 2020

Operação 7 Dias com os Media

De 3 a 9 de maio de 2020, vai acontecer a Operação 7 Dias com os Media. Já na sua oitava edição, conta com a mesma energia a vontade de sempre para criar um espaço de encontro para a partilha de projetos capazes de dinamizar e promover a literacia mediática!

7 Dias com os Media é uma iniciativa do GILM - Grupo Informal sobre Literacia Mediática, à qual todas as pessoas e entidades se podem associar, partilhando projetos, criando eventos (conferência, debate, aula aberta, tertúlia, fórum online) ou conteúdos (notícia, vídeo, podcast, jogo) que tenham como foco os media, o seu uso competente, criativo e crítico. O tema e o tipo de iniciativas ou projetos são livres, o fundamental é participar! 

Para que o simbolismo desta partilha seja ativado, já está online a página que permite fazer o REGISTO desses projetos e iniciativas: http://www.7diascomosmedia.pt/registo/

7 Dias com os Media

A operação nacional "7 Dias com os Media" é uma iniciativa aberta a todas as pessoas e entidades que a ela queiram associar-se desenvolvendo os seus projetos. Participe!

quarta-feira, 9 de outubro de 2019

DGE disponibiliza o Estudo de avaliação do Projeto-Piloto de Inovação Pedagógica

A Direção-Geral da Educação (DGE) disponibiliza o Estudo de avaliação do Projeto-Piloto de Inovação Pedagógica (julho de 2019), realizado pelo Instituto de Educação da Universidade de Lisboa, sob a coordenação da Doutora Estela Costa, de acordo com o estipulado na alínea b) do ponto 10 do Despacho n.º 3721/2017, de 3 de maio.

O presente relatório tem como objetivo fornecer informação descritiva e compreensiva sobre os processos desenvolvidos e os efeitos gerados pela implementação do Projeto-Piloto de Inovação Pedagógica (PPIP), o qual funcionou em regime de experiência pedagógica durante três anos escolares.


sexta-feira, 15 de março de 2019

Alunos felizes fazem escolas felizes!

Crianças de Requião estudam de manhã e brincam à tarde


Na Escola Básica do 1º ciclo de Requião, em Famalicão, as crianças trabalham durante a manhã e brincam durante a tarde, por sugestão dos próprios pais.

A componente letiva inicia-se pelas 8h30 e termina pelas 13h30 para deixar espaço para a brincadeira. A tarde fica reservada para as atividades de enriquecimento curricular (AEC’S) e para a sala de estudo ministrada pelas professoras.

A alteração do horário foi implementada este ano letivo depois da comunidade educativa, direção da escola, junta de freguesia e associação de pais, com o apoio da câmara municipal, ter sentido a necessidade de criar um projeto diferenciador naquele contexto especifico, proporcionando às crianças novos estímulos.

Para já o balanço é positivo, com as crianças mais motivadas, professores e encarregados de educação satisfeitos e com a comunidade mais interligada com o processo educativo.

As atividades selecionadas são a dança, o teatro, o andebol, as artes e o inglês para o 1.º e 2.º anos.

Os parceiros e as atividades extracurriculares são escolhidas pela comunidade procurando garantir variedade e qualidade no processo.

terça-feira, 19 de dezembro de 2017

Autonomia, liderança e participação - Secretário Estado João Costa

Autonomia, liderança e participação


Como é sabido, está em curso o projeto piloto de autonomia e flexibilidade curricular (PAFC), que complementa o projeto piloto de inovação pedagógica (PPIP). São várias as vezes em que me perguntam se o objetivo desta iniciativa é a inovação. Não hesito em responder que não, porque a inovação por si só não é um valor absoluto, nem uma garantia de uma educação melhor. A inovação é apenas o instrumento e não a finalidade.

Estes projetos partem de uma constatação e de duas necessidades. Constatamos que Portugal tem ainda taxas muito elevadas de insucesso escolar. É sempre bom frisar que os números não são o problema, mas sim o que eles escondem. O insucesso significa que há alunos que não estão a aprender e, além disso, sabemos que o grande preditor de insucesso é o nível socioeconómico das famílias e a qualificação académica das mães. O insucesso não é, pois, o problema de uma taxa que queremos reduzir, mas sim o problema de qualidade das aprendizagens e de justiça social que precisamos de resolver. Um sistema educativo em que os que sistematicamente reprovam são os mais carenciados é injusto, porque estes são os que mais dependem da escola.

Este primeiro dado significa que, se nada fizermos, se não deixarmos acontecerem formas diferenciadas de ensinar, continuaremos a deixar de fora os mesmos. Flexibilidade significa dar às escolas a liberdade para implementarem o currículo, com gestão autónoma de tempos, metodologias, espaços, formas de organização dos alunos para que todos – e é importante frisar que falamos de todos – aprendam.

Após um trabalho bastante participado, foi homologado o Perfil do Aluno. Este perfil responde à pergunta: o que é um aluno bem sucedido? Responde, dizendo que o aluno de sucesso é alguém que tem conhecimentos e que os aplica com sucesso na resolução de problemas, que domina linguagens científicas e tecnológicas, que pensa crítica e criativamente, que comunica eficientemente, que desenvolve sensibilidade estética e artística, que coopera com os outros, que se preocupa e promove o seu bem estar e o dos outros. Para que este Perfil seja desenvolvido, é necessário que as escolas tenham liberdade para criar projetos curriculares próprios, em que o currículo é o principal instrumento para o desenvolvimento destas competências. Temos, no piloto em curso, escolas que estão a diversificar instrumentos de avaliação, a explorar programas de mentorado, a desenvolver temas transversais com a participação das diferentes disciplinas, a reestruturar os apoios para um mais eficaz atendimento a necessidades específicas dos alunos.

A necessidade de diversificar para promover melhores aprendizagens, neste perfil alargado de competências, sustenta a atribuição de liberdade às escolas.

Finalmente, é necessário dignificar a condição profissional dos professores na sua ação. Eles são especialistas em educação, formados em desenvolvimento curricular. Não podem, por isso, estar espartilhados e impossibilitados de exercer as competências que têm. Dar autonomia às escolas para o desenvolvimento curricular, para a construção de projetos próprios, para a diversidade dos instrumentos de avaliação, é responder à necessidade de confiar nos profissionais e de acreditar que são eles quem sabe encontrar as melhores soluções para a promoção de melhores aprendizagens.

As lideranças são críticas nestes processos. Refiro-me não apenas às equipas de direção das escolas, mas também às lideranças intermédias. Sabemos que o trabalho colaborativo entre professores é um forte preditor de boas aprendizagens para os alunos.

Cabe, portanto, às lideranças escolares saber promover cooperação e colaboração, encontrar espaços e tempos para a discussão, em detrimento de tarefas que se podem revestir de alguma inutilidade, apostar numa liderança motivacional, valorizando o melhor contributo de cada professor e, sobretudo, ouvir a comunidade educativa, para que os projetos educativos sejam co-construídos, assumidos por todos e partilhados. A liderança que estimula a participação é a que mais frutos dá e a única que é verdadeiramente democrática.

O ano letivo arrancou com inúmeros seminários e jornadas pedagógicas promovidos pelas próprias escolas. Sentiu-se uma escola portuguesa a discutir educação, finalidades, metodologias. Este debate alargado e participado é fundamental, para que se dê uma resposta capaz aos desafios de construção de uma escola em que todos aprendem e desenvolvem competências cruciais para o exercício de uma cidadania ativa.

Os dados recolhidos nos projetos em curso permitem-me olhar para o futuro com grande otimismo, porque temos lideranças empenhadas e, sobretudo, um corpo docente apostado fortemente na melhoria do sistema educativo.

João Costa
Secretário de Estado da Educação