quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Opiniões - Ricardo Araújo Pereira

O que começa por ser curioso na comparação entre o Sócrates grego e o Sócrates português é o facto de as próprias diferenças os aproximarem. Repare: o Sócrates grego nunca disse ser sábio. Ao Sócrates português, até lhe atestaram a sabedoria ao domingo.
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O Sócrates grego - e esta será, talvez, a diferença principal - acabou por ser julgado. Inventaram um pretexto para o julgar e conseguiram levá-lo a julgamento. O Sócrates português nunca entrou num tribunal. E não tem faltado imaginação para inventar pretextos. Mas uma coisa parece certa: ambos os casos terminarão em morte. O Sócrates grego morreu depois de condenado a beber cicuta, e nós morreremos todos antes de conhecer o fim destes processos judiciais.

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